Neste início de julho, Rio de Janeiro se tornou o estado com mais óbitos em quilombos, são 36; ao todo, país tem 1.206 quilombolas infectados pelo novo coronavírus
Texto: Flávia Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Thiago Gomes/Agência Pará
Já são 126 quilombolas mortos em decorrência da Covid-19, o novo coronavírus, em todo o Brasil. O Rio de Janeiro passou a ser o estado com mais mortes, 36, no total. O Pará é o segundo na lista, com 34 registros de óbitos. Os dados foram disponibilizados por meio do monitoramento realizado pelas Federações, Coordenações e Associações de quilombolas nos Estados em parceria com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq).
Ao todo, o Brasil acumula 1.206 casos confirmados e 197 em monitoramento, nesta sexta-feira, (3). Até a semana passada, o Pará era considerado o estado com mais mortes, mas a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj) fez um levantamento na Secretaria de Saúde do Estado Rio e constatou 36 óbitos no estado. Dos quais, 26 em apenas um quilombo. Com isso, o Rio saiu de 3º mais afetado para o 1º em número de óbitos.
Além do Pará e do Rio de Janeiro, há mortes em comunidades remanescentes de quilombos dos estados do Amapá, Bahia, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Amazonas, Espírito Santo e Paraíba. Já os casos confirmados incluem ainda o Rio Grande do Norte, Alagoas, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo.
Os dados sobre os casos de Covid-19 nos quilombos também podem ser consultados no Observatório da Covid-19 nos Quilombos, que é uma plataforma on-line e pode ser acessada no endereço eletrônico “quilombosemcovid.org.br”. O observatório é uma iniciativa da Conaq, em parceria com o Instituto Socioambiental (Isa). O objetivo é de combater a invisibilidade da doença em territórios quilombolas.
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